terça-feira, 1 de março de 2011

Cap 01 - Canção do luar

Em meio algumas árvores, no topo de uma das colinas mais altas do vale, um jovem observa a paisagem remota, típica de uma vila de interior. Pouco das grandes cidades foi capaz de ultrapassar as altas montanhas e as densas florestas para chegar ao local da pequena vila beira mar, oculta em meio à natureza.
A sua única companhia é uma velha ocarina tenor, talhada em bordo vermelho e com doze buracos. Envolvido pelo silencio da noite, ele leva a madeira aos lábios, assoprando levemente as notas que ecoavam pelas montanhas em uma leve sinfonia.  As ondas do mar próximo complementavam cada uma das notas, nem o vento seria capaz de estragar tal momento, na qual a única que presencia a bela sinfonia é a farda lua cheia.
O jovem aparenta ter seus 21 anos, pele e cabelo tão brancos quanto à neve do inverno, olhos de um roxo noite, penetrantes e profundos. E com físico atlético, típico de quem trabalha com ferramentas pesadas desde cedo. As roupas pretas estilo cowboy antigo e seu lenço de pescoço branco escondem as diversas cicatrizes do trabalho pesado na pequena vila.
Ele para por um breve momento, observando as estrelas ofuscantes, como se estivesse perdido em seus pensamentos. Recostado em uma grande pedra, apóia a cabeça para trás, buscando o conforto da luz do luar, fechando os olhos como num transe.