quinta-feira, 3 de março de 2011

Cap 2 - Rastros de uma forasteira



Na vila, todos estão curiosos sobre os visitantes noturnos que chegam sem avisos, algo muito raro naquela pequena vila, por anos, os únicos visitantes foram mercadores de animais, pescadores e alguns artistas.
A caravana chega na vila, mas algo chama a atenção dos moradores, o cavalo que esta puxando a caravana, esta em péssimo estado, ferido, com ferraduras faltando, muito magro e aparentemente assustando-se com a movimentação ao seu redor. Outra coisa estranha, não há um condutor, o lampião acesso esta perto do final, como se tivesse ficado acesso por alguns dias e o tecido da cobertura esta aos trapos. O cavalo pode ter fugido com caravana e tudo, e como esses cavalos são treinados para seguir estradas, deve ter seguido a da vila. Essa foi a única explicação encontrada pelos moradores.
Um deles se aproxima do cavalo, na tentativa de pará-lo , mas o animal esta assustado e acaba disparando para cima de moradores e barracas da vila, passando por cima de tudo e todos.
O animal desgovernado destrói tendas de venda, quebra vasos, janelas, telhados e portas, indo cada vez mais bruscamente para um local onde não hajam pessoas atrás dele. Sem saber para onde ir, o cavalo corre em direção dos moradores que estavam tentando pará-lo, muitos saem correndo, mas os idosos, grande maioria, não tem como sair da frente do cavalo rapidamente e da caravana. O animal já esta quase em cima dos moradores, quando é assustado por uma corda grossa, que bate no chão com força fazendo barulho. O cavalo empina e cai de mau jeito para o lado, virando junto a caravana e tudo que esta dentro, o animal mal consegue se levantar e ainda esta assustado, podendo machucar qualquer um que tente ajudar, com seus cascos.

Nesse momento, o jovem se aproxima, ainda montado em seu cavalo. Ele desmonta devagar e vai vagaroso até o animal caído, tomando cuidado com os cascos que passam a centímetros de suas pernas. O jovem segura a cabeça do animal e faz um carinho atrás da orelhas, acalmando aos poucos o animal exausto. Sabendo que a situação esta sob controle, os moradores se aproximam, saindo de dentro das casas e dos escombros.
- Ainda bem que temos você para nos ajudar a parar esse animal, não teríamos conseguido...
Diz com a voz tremula um dos idosos que quase foi atropelado.
-Não é um “animal”, é um cavalo. Deveriam ter me esperado, ainda mais se tratando disso.
O jovem diz com certa arrogância.
-Desculpe Vaughn...Pelo menos, ninguém se machucou.
-TARO!!!! VAUGHN!!!!
Um dos moradores berra de dentro da caravana virada. Ambos vão até a traseira destruída da caravana, onde  encontram o morador com uma jovem nos braços, ela parece estar muito ferida e inconsciente.
-Levem ela para minha casa, rápido!
Taro diz com pavor ao ver que havia alguém dentro da caravana.
Vaughn observa enquanto tiram a jovem do local. A jovem de cabelos castanhos claros, vestida como alguém da cidade, calça jeans e blusa vermelha colada, parece estar pior que o cavalo da caravana, ao ser puxada, ele nota sangue  as roupas da jovem e vários ferimentos.
Vendo que os idosos não conseguiriam carregá-la, ele mesmo a leva para a casa de Taro. Vaughn a coloca nos braços e no meio do caminho para a casa do velho, a jovem parece recobrar um pouco a consciência.
-Pa...pa...re....lob...os...............................te...nh.....nhu............
Ela sussurra em baixa voz, deixando Vaughn ainda mais curioso sobre o que aconteceu.

Longa decida

Logo, é tirado de seu transe por um relinchar distante. Voltando sua visão para baixo da colina, ele observa a chegada de uma pequena caravana, iluminada por um único lampião, o qual guia na estrada de terra seca em meio à escuridão, nem mesmo a luz da lua consegue atravessar as colinas cobertas de árvores e grandes rochedos.
O jovem estranha a chegada de uma caravana, ainda mais, pequena, indo em direção a vila, e pior de tudo, em meio a noite. Intrigado, levanta-se sem pressa, pegando suas luvas jogadas em cima da pedra onde estava recostado.  Ele desce um pouco da colina até onde está amarrado um cavalo. Com cuidado para não assustar o cavalo, ele se aproxima devagar, fazendo carinho na pelagem prata do animal, o tranqüilizando para ser montado sem cela.
O jovem observa de longe, a chegada da caravana a vila, enquanto desce a colina e passa pelo campo de arroz.