sexta-feira, 4 de março de 2011

Cap 03 - Estranhas boas vindas




Por dias ninguém teve noticias da jovem, na qual Taro, sua mulher e Vaughn estão cuidando.
-Nunca vi você interessado em algo que não sejam animais.
Taro comenta enquanto troca algumas bandagens da jovem.
- Se soubesse que ela estava na carroça teria procurado outro meio de parar o cavalo.
-Então...Esta aqui por se sentir culpado é?
Vaughn não responde, ele apenas se senta em um banco no canto do quarto e abaixa o chapéu para frente, encostando-se à parede e descansando.


O quarto está escuro, embora o dia brilhe no lado de fora, e mesmo a única brecha da janela não é o suficiente para iluminar o quarto todo.
Sentindo o corpo completamente dolorido e fraco, a jovem abre apenas os olhos. Ela demora a se acostumar com a escuridão do local, ela nota uma leve musica vindo de algum canto do quarto escuro, ela olha para os lados tentando entender o que aconteceu e onde esta, mesmo sem muitas forças, tenta se levantar, mas seu corpo ainda está ferido e ela volta a se deitar como se tivesse soltado o corpo no velho colchão. A música para de repente, a jovem vê algo passando pelo único raio de sol que atravessa o quarto e uma voz forte dizer:
-Não vê que esta ferida? Fique deitada.
-O que aconteceu...? Que lugar é esse...?
Ela tenta levantar um pouco a cabeça, enquanto força a vista para saber com quem ou que esta falando.
-Você faz perguntas de mais para alguém que surge do nada, destrói nossa vila e quase morre.
-Como é?!
Vaughn pega uma caneca cheia d’água e coloca na frente dela.
- Melhor você pensar em melhorar agora, tome isso.
Sem questionar, ela segura a caneca de ferro gelado, o que deixa a água ainda mais fresca e toma alguns goles. Aquilo lhe desse como uma cascata, tirando toda a terra e gosto de sangue de sua boca e garganta.
Ela ainda não entende o que acontecera, por que aquele homem esta sendo tão rude, dizendo que ela destruiu a vila e tudo o mais, quando, sem um aviso, a janela se abre de forma bruta, assustando-a e fazendo jogar a caneca longe.
-Bom dia!!!!
É o velho Taro, com sua maneira pouco sutil de dar uma boa manha aos dois jovens.
Assim que o sol entra no quarto, a jovem perde totalmente a visão por uns momentos, mas escuta o velho rindo enquanto tenta se recuperar da luz forte. Ao recobrar a visão novamente, ela nota que a caneca d’água voou para cima do homem que esta no quarto, o molhando parcialmente.
- Você não sabe bater antes!?!?!?!
Vaughn berra para o velho Taro que não para de rir da situação.
- Desculpe Vaughn huahuahuahuahua!!! Mas não sabia que você estava tomando banho!
Vaughn tira o chapéu molhado e o colete que estão encharcados pelo ocorrido. A jovem o observa abismada e envergonhada ao mesmo tempo, não esperava ser alguém tão jovem e bonito que estava cuidando dela, acaba ficando vermelha e diz em voz baixa:
- Me...me desculpe...
O velho Taro se apóia na janela ainda rindo.
-Não se preocupe minha jovem, Vaughn pode ter cara de mau e estar encharcado de raiva, mas foi ele quem te salvou alguns dias atrás.
-Me......salvou?
Ela diz olhando para o jovem que esta de costas nos pés da cama, torcendo seu chapéu e o colete.
- Sim! Sim! Ele sabe lidar muito bem com animais e quando a sua caravana disparou, foi ele quem parou o cavalo e te trouxe para minha casa.
- O meu cavalo esta bem?
Ela pergunta preocupada.
- Bem, est...
Vaughn corta o velho Taro.
- Ele esta bem, estou cuidando dele na minha casa.
-Er..é isso mesmo...Mas bem, como se chama minha jovem?
Ambos, Vaughn e Taro voltam suas atenções para a jovem nesse momento.
- Meu nome é Sayo...
Diz meio tímida. O velho Taro logo faz as apresentações.
- Eu sou Taro, o ancião dessa pequena vila, este que esta com você é o Vaughn, ele cuida e cria os animais daqui, também tem minha esposa, Ammy, minha filha Felicia e minha sobrinha Natalie.
- Não vai querer apresentar todos da vila de uma vez para ela, não é velho?  Ela mal pode se levantar.
Vaughn corta novamente o velho, enquanto coloca o chapéu e o colete para secar na janela.
- Não se preocupe com o mau-humor dele, sempre foi assim. Vou deixá-la descansar mais, até!
Comenta Taro, saindo da janela.
Sayo olha para fora da janela, vendo apenas altas colinas, floretas e o sol brilhante do lado de fora. Logo ela se lembra da musica que ouvirá quando acordou e pergunta ao jovem.
- Quando acordei estava escutando uma musica.
Ele responde seco.
-O radio devia estar ligado, foi isso que te acordou?
-Acho...que foi...ahn..
Ela desmaia novamente, Vaughn chama Taro que corre para dentro.
- Ela ainda esta fraca, precisa descansar mais.
O velho diz para Vaughn que logo retruca.
-Sabe que não é apenas isso, precisamos de mais remédios para pessoas e não de animais.
- É o que podemos oferecer agora, leva dias para se chegar em qualquer cidade próxima.
-Vou buscar mais em casa.
O jovem sai do quarto meio irritado.